
Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei - Este blog possui a finalidade apresentar artigos, entrevistas e links interessantes pertinentes a divulgação da Lei de Thelema. ** O presente blog não possui vínculo com qualquer Ordem iniciática de príncipio thelêmico ou não. ** - Amor é a Lei, amor sob Vontade.
sábado, 5 de novembro de 2011
O Deus Pã - Fernando Pessoa
(Ricardo Reis)
O Deus Pã não morreu,
Cada campo que mostra
Aos sorrisos de Apolo
Os peitos nus de Ceres—
Cedo ou tarde vereis
por lá aparecer
O deus Pã, o imortal.
Não matou outros deuses
O triste deus cristão.
Cristo é um deus a mais,
Talvez um que faltava.
Pã continua a ciar
Os sons da sua flauta
Aos ouvidos de Ceres
Recumbente nos campos.
Os deuses são os mesmos,
Sempre claros e calmos,
Cheios de eternidade
E desprezo por nós,
Trazendo o dia e a noite
E as colheitas douradas
Sem ser para nos dar o dia e a noite e o trigo
Mas por outro e divino
Propósito casual.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Novo Aeon - Raul Seixas
93!
Gosto bastante da obra do Raul Seixas, obviamente é um gosto bem particular meu...
E claro, como em toda manifestação artística existem os que gostam e os que não gostam!
Assim, devemos respeitar todas as opiniões.
Mas uma coisa não podemos negar, ele foi muito representativo quando falamos em divulgar Thelema - Não podemos esquecer de sua parceria com Paulo Coelho e Marcelo R. Motta. Certamente, foi o primeiro (embora muitas vezes, também o único) contato de muita gente com a Lei.
O Raulzito merece o mérito por isso...
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Ordo Templi Orientis - Podcast Equinócio
93!
Neste post quero compartilhar com vocês outro material desenvolvido pela O.T.O como meio de divulgação de Thelema.
Embora seja uma publicação experimental, achei bastante interessante e bem didático como uma apresentação/introdução a Lei.
93,93/93
Thelema e o pecado
Apresento abaixo um texto desenvolvido por Aleister Crowley, de propriedade e direitos pertencentes a Ordo Templi Orientis tratando da relação de Thelema e o pecado.
"A palavra de pecado é restrição."
Desta maneira podemos considerar que todo homem que nega sua verdadeira natureza, vontade e seu único direito - seguir sua Verdadeira Vontade ( Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei) está invariavelmente vivendo em pecado.
O homem que restringe a si e ao próximo vive uma vida pecaminosa e se afasta cada vez mais de se tornar uno com o Todo. Impede também a evolução harmoniosa de seu meio e estrutura político-social. E vale ressaltar que disciplina é uma das principais chaves para este caminho de alegria e harmonia.
Sem excessão todo homem deve se respeitar e respeitar a Vontade do próximo!
Excelente texto!!
O Mistério do Pecado por Aleister Crowley
“A palavra de Pecado é Restrição.
Faze o que tu queres deverá o todo da Lei.”
Estas foram as palavras de certa placa quadrada de bronze que estava sobre a mesa hexagonal sob o dedo indicador estendido do meu Instrutor. E porque ele viu que o seu significado estava parcialmente oculto para mim, ele me fez recordar dois outros escritos de uma compilação de alguns Judeus da antiguidade: “Todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus”, e esta: “O pensamento da insensatez é pecado”.
Agora eu entendi que todos os homens vivem em pecado, sendo privados da sua Verdadeira Vontade, ou seja, da livre função da sua natureza essencial. Essa restrição vem em muito da sua ignorância sobre o que é a sua Verdadeira Vontade, e muito dos impedimentos externos, mas, sobretudo, a partir da interferência de partes mal controladas dos seus próprios instrumentos, o corpo e a mente. Pois a Liberdade não é encontrada no relaxamento e na falta de controle, mas sim no controle correto de cada um para bem estar de todos, de modo a garantir seu próprio bem-estar não menos do que o geral. E este efeito deverá ser alcançado por uma organização perfeita, sob o olhar de uma Inteligência adequada para poder compreender as necessidades, tanto geral quanto particular. O Caminho da Perfeição é, portanto, duplo: em primeiro lugar, a Verdadeira Vontade deve ser conscientemente compreendida pela Mente, e esta Obra é semelhante àquela chamada de obtenção do Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guardião. Em segundo lugar, como está escrito: “Tu não tens direito senão fazer a tua Vontade”, cada partícula de energia que o Instrumento é capaz de desenvolver deve ser direcionada para a realização desta Vontade, e este é um leão feroz no caminho, que até a segunda tarefa já estar muito avançada, a confusão do instrumento é tal que este é totalmente incapaz de realizar a primeira.
Então disse o meu guia: Está bem. Aprende este também, um grande e maravilhoso Mistério, que todos os conflitos entre as partes do Universo são gerados nesse erro, e nenhum outro. Pois no nosso Espaço infinito (que nada mais é que a nossa gama ilimitada de possibilidades), não há necessidade que alguém deva empurrar o seu companheiro para o lado. Como há espaço no Céu para que cada Estrela atravesse o seu Caminho de maneira incontestada, é assim também com as Estrelas da Terra, que seguem mascaradas como homens e mulheres.
Sabei, portanto, que esta Lei de Thelema
“Faze o que tu queres”
é a primeira Lei já outorgada ao homem, que é uma Lei válida para todos os homens em todo lugar e tempo. Todas as Leis anteriores foram parciais, de acordo com a fé do ouvinte, ou os costumes de um povo, ou a filosofia de seus sábios. Também não há necessidade, com esta Lei de Thelema, de ameaças ou promessas: pois a Lei cumpre a si mesma, de modo que a única recompensa é Liberdade para aquele que fizer a sua vontade, e a única punição é Restrição para ele que se desviou.
Ensinai, portanto, esta Lei a todos os homens: pois na medida em que a seguirem, deixarão de prejudicar-te devido ao falso impulso casual destes; e tu fizeste bem a ti mesmo ao fazer o bem a eles. E causa mais impedimento a si mesmo aquele que impede os outros de seguirem seu Caminho, ou que os constrange a fazer algum movimento inadequado à sua Natureza.
Observai também que muitos homens, sentindo a amargura da Restrição, buscam aliviar sua própria dor, impondo um ônus semelhante aos seus companheiros: como se fosse um aleijado que buscasse conforto mutilando os condutores da sua carruagem. [Assim também os homens buscaram vender os seus bens escravizando ou empobrecendo aqueles que eles desejariam que os comprassem.].
Além disso, negar a Lei de Thelema é uma restrição a si mesmo, afirmando ser necessário o conflito no Universo. É uma blasfêmia contra o Ser, assumir que a sua Vontade não é uma parte necessária (e, portanto, nobre), ao Todo. Em uma palavra, aquele que não aceita a Lei de Thelema está dividido contra si mesmo, isto é, ele é insano, e o resultado será a ruína da Unidade da sua Divindade.
No entanto, ouve novamente; a oposição de dois movimentos nem sempre é evidência de conflito ou erro. Pois dois pontos opostos sobre a borda de uma roda se movem, um para o Norte e o outro para o Sul; e ainda assim são partes harmoniosas do mesmo sistema. E o suporte do remo que resiste ao mesmo não impede, mas ajuda, a Verdadeira Vontade daquele remo.
Então o autocontrole não é, de modo algum, inimigo da Liberdade, mas aquilo que a torna possível. E aquele que remove um músculo da sua ligação ao seu osso, cortando-o, torna aquele músculo impotente.
Além disso, ouvi esta palavra: como um músculo é inútil, a não ser que seja bem condicionado, assim também a tua obra será facilitada, unindo-te à Obra do Mestre, precisamente Therion, cuja Vontade Verdadeira é trazer a obra de cada Homem à sua perfeição. Para este fim ele proclamou a sua Lei, assim também para aquele propósito, que também é teu, tu deves adicionar a tua pequena força ao Seu grande poder. Como está escrito:
E bênção e adoração ao Profeta da amável Estrela!
Tu, portanto – segui adiante, ide na minha força, disse o Senhor do Æon, e não volteis as costas para ninguém.
Enquanto ele assim falava, eu sentia constantemente em mim mesmo uma limpeza do coração, e minha estatura foi elevada, devido ao ordenamento da minha natureza.
E enquanto eu assim pensava, meu instrutor, percebendo isso, sorriu para mim dizendo: Na verdade, Ó Khaled Khan, Ó filho da aurora do Æon, tu adivinhaste corretamente e te beneficiaste em teu ser pela Lei de Thelema. Pois a Lei é uma Lei justa; ela não exige o ajoelhar-se da escravidão, e a cabeça curvada da vergonha. Mais do que isso, mesmo que tenhas que falar ao Deus dos deuses, tu deves ficar ereto, para que possas ser um com Ele pelo Amor, como Ele muito certamente o quer.
Com aquela palavra, as paredes da pequena câmara no Templo sobre o topo da Montanha, caíram de repente para longe de mim, e eu me vi sozinho num lugar deserto, estranho e remoto. E sobre o que me aconteceu lá eu não posso falar agora. Porque há uma Beleza que não tem ornamento melhor do que o Silêncio.
© 2011 - O.T.O. - Ordo Templi Orientis
Referência: O Texto acima foi extraído do site Espaço Novo Aeon e possui os direitos reservados para O.T.O.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Liber LXXVII
Liber LXXVII (Traduzido)
"a lei do forte: esta é a nossa lei e a alegria do mundo." AL ii 21
"os escravos servirão." AL ii 58
93,93/93
domingo, 26 de junho de 2011
Liber AL vel Legis Sub Figura CCXX

Prezados,
93!
O estudo deste livro é proibido.
É prudente destruir esta cópia após a primeira leitura.
Aquele que se interessar o faz por sua própria conta e risco. Estes são terrivelmente medonhos.
Aqueles que discutem os conteúdos deverão ser evitados por todos como focos de pestilência.
Todas as questões da Lei devem ser decididas apenas com apoio em meus escritos, cada qual por si.
Não há lei além de Faze o que tu queres.
Liber Al vel Legis conhecido por L ( a letra de libra) ou O Livro da Lei . De acordo com a gematria pitagórica Liber L corresponde ao numeral 31, numeral de grande valor para o sistema thelêmico. Podemos assim relacioná-lo ao Eon de Hórus representado pela lâmina correspondente ao Trunfo XX no tarô de thot e ao número 11 ( de máxima significância para o sistema e considerado o número da Mágicka). Portanto, podemos considerar (XX) 20 + 11 = 31.
Consideremos, também, Liber CCXX em sua relação (XX) 20 x 11 = 220.
220 por sua vez é a quatidade de versículos presentes no correr dos três capítulos do livro.
Estudos gemátricos ou suas relações a parte, o Livro da Lei representa a base de todo sistema thelêmico, é seu tomo fundamental. Desta maneira, seu estudo torna-se obrigatório á todos que aceitam a Lei.
Da Origem
Liber L. foi concebido por Mestre Therion, profanamente conhecido por Aleister Crowley em 1904 e.v., durante sua passagem pela cidade do Cairo (Egito) nos dias 08, 09 e 10 sob sessões de uma hora a cada dia, no período das 12 às 13 hrs. O profeta do novo Eon, segundo relatos, recebeu os ensinamentos presentes em tal tomo através da entidade apresentada como AIWASS ( Sacerdote de Hoor-paar-kraat, mensageiro de Hórus e considerado S.A.G de Crowley).
A Lei
Todo conceito abordado pelo Livro da Lei, de Crowley podem ser representado por dois versículos conforme segue:
“Faze o que tu queres a de ser tudo da Lei.” (AL I:40)
“ Amor é a Lei, amor sob Vontade.” (AL I:57)
Obviamente, toda carga conceitual da Obra possui tal complexidade que não poderá ser entendida a menos que seja estudada de maneira dedicada e com grande detalhamento. Pois, está repleta de chaves e comporta toda subjetividade do sistema.
Abaixo segue link com a versão completa do texto ( lembro ser de extrema pertinência adquirir o próprio caso queira se aprofundar em seus estudos e aceite a Lei ) :
Liber Al Vel Legis sub figura CCXX (download)
Imagens: Wikipedia
93,93/93
sábado, 14 de maio de 2011
- Uma estrela a vista
- "Teus pés na lama, a tua face escura,
- Ó homem, que penosa condição!
- A dúvida te afoga, e a vida dura
- Para sofrer: Vontade ou percepção,
- Para lutar e faltam. Nessa agrura,
- Nenhuma estrela, não!
- Teus Deuses? São bonecos dos teus padres.
- "Verdade? Tudo é relativo!" diz
- Ó cientista. Queres que tu ladres
- Com o teu cão... E por que não? Servis,
- Ambos, e o amor-instinto os faz compadres.
- Mas que vida infeliz!
- Tua carniça estremeceu de ver-se
- Um torrão, atirado pela chance,
- Do barro universal; sem alicerce,
- Sofrendo, e para quê? Pois que alcance
- Dá o acaso e este barro a contorcer-se?
- Mas que tolo rimance!
- Todas as almas são, eternamente;
- Cada uma individual, ultimal.
- Perfeita; cada faz-se um véu da mente
- E carne, e assim celebra o seu bridal
- Com outra gêmea máscara que sente
- Amar de amor lustral.
- Alguns, embriagados com seu sonho,
- Não querem que ele finde, e se confundem
- Com o jogo de sombras enfadonho.
- Um astro então que chame os que se afundem
- Na ilusão, e eles brilham no risonho
- Lago da vida e fundem...
- Tudo que começou não terá fim;
- O universo perdura porque é.
- Portanto, Faze o que tu queres; sim
- Todo homem e toda mulher é uma estrela.
- Pan não morreu; Pan, ele vive! Assim,
- Quebra os grilhões! De pé!
- Ao homem venho, número de um homem
- Meu número, Leão de Luz; enrista
- A Besta cuja Lei é Amor; pois tomem
- Meu amor sob vontade e vejam! - Crista
- De sol interna e não externa!... Homem!
- Eis uma estrela à vista!